A paz sem vencedor e sem vencidos...

(fotos no Santuário de Nossa Senhora da Paz, na Madeira) 

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Que o tempo que nos deste seja um novo

Recomeço de esperança e de justiça.

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser à transparência

Para podermos ler melhor a vida

Para entendermos vosso mandamento

Para que venha a nós o vosso reino

Dai-nos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos

Dai-nos a paz que nasce da verdade

Dai-nos a paz que nasce da justiça

Dai-nos a paz chamada liberdade

Dai-nos Senhor paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Sophia de Mello Breyner Andresen

A 'Lapinha' na Madeira...

NO CENTRO DO FUNCHAL:

Centro:

NA CALHETA

NO CURRAL DAS FREIRAS:

A "Lapinha"

Uma das melhores representações gráficas do grande acontecimento vivido há mais de dois mil anos em Belém encontra-se na "lapinha", denominação vulgarmente atribuída ao presépio madeirense. 

A lapinha é armada poucos dias antes do dia de Natal e pode apresentar-se de três formas diferentes: presépio simples (com as imagens de Nossa senhora, São José e o Menino Jesus, acompanhados de um boi e de um burro); presépio mais elaborado, com a adoração dos pastores e dos Reis Magos às figuras principais e o presépio misto com a figuração bíblica alusiva a cenas da vida de Jesus e a representação de episódios, usos e costumes da época do seu autor.

Mas a representação mais comum da Lapinha madeirense associa a cena do nascimento de Jesus a um cenário composto por pastores, artesãos, casinhas, igrejas e outros apetrechos, que representam também algumas cenas do quotidiano madeirense.

Outra forma de evocar o nascimento de Jesus é através da construção do presépio em "escadinha", em que o Menino Jesus se encontra colocado no topo da escada, sob uma toalha branca de linho decorada com searinhas (centeio, milho e trigo), com pequenas imagens de burros, ovelhas e cabrinhas e com frutas da época como laranjas, tomate inglês peros e tangerinas. A tradicional lamparina a óleo confere o toque final à composição do cenário espiritual.

A par da construção dos presépios, também se procede à decoração dos pinheiros de Natal. Os pinheiros são decorados ao gosto de cada um, com gambiarras de luzes, com bolas e velas de várias cores, lágrimas ou laços, e no cimo é colocado uma estrela que alude ao caminho percorrido até Belém.

Informação aqui: http://www.visitmadeira.pt/fimdoano/index.php?id=1&lang=pt

Madeira... surgida das entranhas de Vulcano...

Surgidas das entranhas de Vulcano,
Elevam-se das ondas do oceano
- Encostas bordejadas por levadas -
Montanhas, que constrastam a beleza
Agreste, que lhes deu a Natureza,
Com flores, por socalcos derramadas.
.
Milénios são passados, desde os tempos
Que contam que, fugindo aos seus tormentos,
Os deuses se escondiam muitas vezes.
Por certo procuravam nestas ilhas
- Cercados por imensas maravilhas -
Carpir, ou lamentar os seus revéses.
.
Talvez por isso Ulisses navegasse
Num rumo, que ao Olimpo o transportasse,
Além do mar sem fim, a todo o pano;
Mas fora, por Destino, já traçado,
Ser este paraíso reservado
A povo mais ilustre. O Lusitano!
.
Assim, ao ser chegada a sua hora,
Os deuses resolveram ir embora
Fazendo aos portugueses o legado.
Por cá, ouvem-se agora serenatas
Cantadas, em levadas e cascatas,
Por ninfas, em dolentes tons de fado.
.Vítor Cintra
No livro: AO ACASO