O meu olhar é nitido como um girassol
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando pra direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança, se ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Alberto Caeiro
6 comentários:
Bom dia, Lucynha.
Um abraço grato pelas belas fotos.
"I am proudly one of the noble human race..."- Li algures e gostei muito.
S
Que divina a Natureza! Que belas as paisagens! Que talento no olhar de quem as viu e fotografou! Eu percebo o poeta A. Caeiro quando diz que ao vê-las, nunca as tinha visto antes! O antes não existe! O que vejo em cada momento é no Agora do sem tempo da eternidade...A criança que há em nós sabe. Só quem olha com os olhos da criança...Meu Deus! Como Fernando Pessoa sabia tanta coisa!
E tu também, mimna doce amiga.
Beijo. E boas melhoras.
Eduardo
Olá Eduardo,
Apesar deste post já ter sido exibido em Novembro, quis matar saudades das árvores, dos rios, dos caminhos que tantas vezes percorri neste Gerês.
É como diz no poema, renasço a cada instante que olho para certos lugares, como se os visse pela primeira vez.
Não há cansaço neste meu sentir, por isso, eu ando pelas estradas a olhar...
Obrigada por apareceres.
Já tiveste notícias da tua 'Conchinha'?
Um beijo,
(já me sinto bem melhor, obrigada)
Lucy
Sim. Chegou cansada. Assumiu a responsabilidade de levar com ela uma criança de S. Tomé - pedido que lhe fizeram. Não dormiu nada. Mas amanhã já estará bem. E tu, descansa.
Beijo.
EA
2008-2010.
-O que é o tempo?
-Para mim, não sei.
És um regaço no tempo
Do meu tempo que não sei
És no meu sem tempo
O tempo que não terei.
Sou as águas,
Serás a rocha?
Duas mãos do mesmo corpo
Que na longa paisagem distante
Se aproximam caminhantes
Confidentes
Perto
Distantes..
Regressos
Instantes
Águas vivas
Estranhamente
Ausentemente
Amantes....
Lucy
Aqui sinto o meu País e descubro lugares que o meu olhar ainda não alcançou e aqui me aninho na poesia que amo!
Beijos
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