Fotografia do "Rio Cávado, no Gerês"

sábado, 28 de março de 2009

Na escuridão... para dar Luz ao Planeta!

Hoje... com a Natureza!


Famalicão às escuras pela Hora do Planeta

A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai associar-se no próximo sábado, dia 28 de Março, ao apagão mundial da Hora do Planeta, uma acção promovida pela World Wide Fund for Nature (WWF), uma das mais conhecidas Organizações Não Governamentais ambientalistas do mundo. Durante 60 minutos, entre as 20h30 e as 21h30, diversos equipamentos municipais de Famalicão vão ficar às escuras, dando o seu contributo na acção mundial contra as alterações climáticas.



O edifício dos Paços do Concelho, o Palacete Barão da Trovisqueira onde está instalado o Museu Bernardino Machado, a casa da Cultura, o Centro de Estudos Camilianos e a Casa-Museu de Camilo, em S. Miguel de Seide e ainda o Mosteiro de Landim são os equipamentos que ficarão iluminados apenas com a luz das estrelas.
Para o presidente da Câmara Municipal, Armindo Costa, “com este acto simbólico a Câmara Municipal de Famalicão associa-se ao alerta mundial sobre a ameaça das mudanças climáticas”. Por outro lado, através desta acção, o autarca pretende “encorajar e incentivar todos os famalicenses a reflectirem sobre esta problemática, começando por desligar as suas luzes por uma hora no próximo dia 28 de Março”.Neste momento, a iniciativa de luta mundial contra as alterações climáticas já soma uma adesão total de 80 países. O número de cidades aderentes a esta iniciativa ultrapassa as 1800 - nestas, inclui-se, pela primeira vez, as cidades portuguesas de Vila Nova de Famalicão e Lisboa.
A iniciativa que foi promovida pela primeira vez, em 2007 na cidade australiana de Sidney tem como principal objectivo alertar a população para a necessidade do Planeta ter essa Hora para respirar, para descansar, para se regenerar. Assim, encorajando as empresas, governos e cidadãos a desligarem as luzes por uma hora, deu-se um grito de alerta e criou-se uma plataforma de acção para todos os que estão interessados e atentos a questões que envolvem a luta contra as alterações climáticas e a defesa do nosso Planeta, permitindo uma redução na emissão de gases de efeito de estufa.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Estação Arqueológica do Freixo - Tongobriga - Cidade Romana

A vida que já animou esta cidade velha de 2000 anos está hoje a surgir de novo à luz do dia, fruto da investigação arqueológica permanente desenvolvida no laboratório/gabinete da Estação Arqueológica do Freixo, serviço da Direcção Regional de Cultura do Norte), responsável pela gestão do espaço de 50 hectares que hoje constitui este Monumento Nacional.
A sua actividade estende-se para lá da investigação arqueológica e procura a recuperação e restauro das ruínas, da aldeia actual e de todo o seu espaço envolvente, bem como da sua promoção e divulgação.
Recuperar edifícios, renovar e revitalizar a aldeia mantendo a sua harmonia estética e o seu valor histórico, são alguns dos objectivos que norteiam a sua actividade.



Ptolemeu (2,6,38-48) cita a cidade de Tuntobriga, situando-a entre Douro e Minho, integrada no território dos Callaeci Bracari. Em 1882, na borda de um poço da aldeia do Freixo, foi recolhido um bloco granítico paralelepipédico, onde se lê: [G]ENIO / [T]ONCOBR / [I]CENSIV[M] / [FL]AVIUS / V(otum). S(olvit).A(nimo).L(ibens).M(erito)
Das interpretações apontadas por diversos autores, optou-se pelo nome Tongobriga e identificamos esta cidade com o actual lugar de Freixo, onde as evidências arqueológicas confirmam a propriedade da inscrição encontrada em 1882.
Tongobriga começou a ser escavada, em Agosto de 1980, num sítio chamado "capela dos mouros“, designação dada pela população local à pequena parte então visível das ruínas romanas.
A estrutura castrejo-romana criada em Tongobriga, possivelmente pelo imperador Augusto, amadureceu política, administrativa e economicamente, resultando daí a instalação de uma cidade. A escavação permite dizer que no final do séc. I, início do séc. II, Tongobriga surge como civitas, com preponderância sobre a região envolvente.
A construção das termas no final do séc. I, do forum na 1ª metade do séc.II e demais edifícios públicos identificados, corresponde ao objectivo de dotar este centro urbano de equipamentos colectivos que, pela sua monumentalidade e riqueza arquitectónica, impusessem Tongobriga como centro de atracção e decisão. Junto ao forum estavam as termas públicas, construídas em Tongobriga no final do séc.I e posteriormente remodeladas.
O sítio arqueológico, hoje com uma área classificada de 50ha, é Monumento Nacional desde 1986.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Um passeio de Domingo... Sameiro, em Braga

Há muitas maneiras de se passarem os Domingos, mas a mais preferida pelos portugueses do Norte de Portugal é, sem dúvida, visitar Santuários e passear pelos espaços verdes que circundam estes espaços.
A falta de estacionamento e as filas de carros não fazem desistir os grandes devotos, principalmente nestes dias de sol primaveril. Há sempre uma promessa para cumprir, uma vela para acender, até mesmo um piquenique ou uma simples passeata pelos ares puros e santificados do Monte.
Braga, lugar de eleição para as devoções: começa no Bom Jesus, segue-se mais para cima até ao Sameiro e depois descendo: Santa Marta da Falperra.
É fascinante observar tamanha devoção do nosso Povo!...
Eu adoro visitar estes lugares, contar escadarias, subir aos zimbórios...




navegação, pesquisa
41° 32′ 30" N, 8° 22′ 10" O

Igreja
O Santuário do Sameiro é um santuário localizado em Braga, Portugal, cuja construção se iniciou a 14 de Julho de 1863. É o centro de maior devoção mariana em Portugal, depois de Fátima[carece de fontes?]. O Templo, concluído no século XX, destaca-se no seu interior o altar-mor em granito branco polido, bem como o sacrário de prata. Em frente do Templo ergue-se um imponente e vasto escadório, no topo do qual se levantam dois altos pilares, encimados da Virgem e do Coração de Jesus.

Santuário do Sameiro
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para:

O Monte do Sameiro situa-se a leste de Braga onde se encontra um santuário mariano, um local de peregrinação muito frequentado. A escadaria que lhe é fronteira tem 265 degraus e conduz à lanterna do Zimbório com 623 metros de altura de onde é possível ter uma bonita e vasta vista panorâmica sobre o Minho.



segunda-feira, 23 de março de 2009

Espinho - a Praia Terapêutica

Praia de Espinho ( Baia )

Uma acolhedora praia de areia branca, com acessos facilitados pela proximidade de estacionamento e transportes públicos.Indicada para a práctica de surf, convida mesmo os mais curiosos a testarem as suas habilidades no mar...A praia da Baia está vigiada, tem cafés e cabines de lona para poder usufruir em pleno, do mar e do sol de Verão.


Praia de Espinho ( Azul )
Esta praia possui um Passeio marítimo amplo, numa zona fechada ao trânsito, ideal para caminhadas. A praia reúne miúdos e graúdos no seu areal. Apoios e Infra-estruturas: Praia vigiada, Bar, Aluguer de guarda-sóis e barracas, Duches, Casas de banho, Acesso para deficientes.




A PRAIA TERAPÊUTICA

No século XIX o banho de mar era tomado com fins terapêuticos. A hidroterapia marítima estava em acelerado desenvolvimento, fruto da sua divulgação através de várias obras publicadas na Inglaterra, Alemanha e França, e em artigos publicados em dicionários de medicina e jornais científicos. Para uma boa terapia marítima tornava-se imperioso a conjugação de três factores: a água do mar, a atmosfera marítima e as condições climatéricas e topográficas da praia. De acordo com os especialistas, a água do mar exercia uma acção fisiológica sobre o organismo, resultante da sua temperatura, dos seus princípios químicos e da intensidade da força sobre a superfície externa do corpo. A praia de Espinho, com uma temperatura que poucas vezes ultrapassava os 20º, incluía-se no grupo das que eram banhadas por águas frias.

“El pintoresco Espinho es sano, sanísimo, no cede a ninguna otra playa su puesto de honor; y hablen por nosotros los incontables jóvenes de ambos sexos, los innúmeros niños que allí llegan todos los años desmedrados, anémicos, pobres de glóbulos, rojos, y tras una temporada que debiera ser más larga que lo acostumbrado por la colonia española, a su tierra vuelven fuertes, vigorosos y con sobradas reservas orgánicas para defenderse de todo los gérmenes patógenos, y muy especialmente de ese monstruo que es azote de la humanidad y que para sus victimas elige, casi siempre lo más querido, lo más adorable, la ensoñadora juventud”.
GAZAPO, Pedro – El Veraneo en Portugal, 1916.



Na praia de Espinho, o quotidiano do banhista começava bem cedo, pela manhã quando o céu se tingia de uma alvorada ridente, principiavam os banhos – “os salutarissimos banhos de mar”. A maioria dos banhistas tomava o seu banho entre as oito e as dez horas, mas o “banho chic”, “o banho tom”, o “banho da gente d`algo” prolongava-se até às onze. O ritual do banho durava pouco tempo. Os homens dirigiam-se para o mar e “recebiam o embate, varonilmente, a pé firme, para o mergulho da ordem, enquanto as mulheres “chapinhavam nas águas e uma ou duas mais animosas, molhavam a cabeça”. Para os mais receosos existia a “gamela”, que depois de cheia era despejada pela cabeça, e a selha de madeira para mergulharem os pés. Nos casos em que a saúde assim o exigia, os médicos receitavam o banho de choque, “um, dois, três choques, consoante o caso clínico”. Os banhistas eram conduzidos ao banho nos braços do banheiro ou então transportados por dois banheiros em cadeirinha, que de forma coordenada os mergulhavam rapidamente. Depois de terminada esta operação higiénica e preventiva, regressavam às suas barracas, secavam-se, se possível com “um lençol aspero até dar à pelle uma côr rosada”, vestiam-se e descansavam debaixo de grandes toldos de pano para evitarem o sol, elemento considerado nocivo para a saúde.


Ao contrário do banho “aristocrático” tomado num horário mais quente, o chamado “banho de mar dos pobres”, praticado pelas gentes dos campos, efectuava-se de madrugada, entre as seis e as oito horas. Tomavam o banho com o mesmo vestuário que utilizavam no quotidiano e, ao inverso dos estratos sociais mais elevados, não faziam uso das barracas nem do fato de banho, procurando para essa prática as zonas mais recônditas. Como raramente se despiam, o banho (bem gelado) “quase sempre se limitava à molha dos pés”. A seguir ao banho, o mais aconselhável era um passeio a pé pela praia, hábito que fazia parte de um conjunto de normas defendidas pelos hidroterapeutas da época.

Numa época em que muito poucos sabiam nadar, a figura do banheiro era uma garantia de segurança para os veraneantes que se deslocavam para as estâncias balneares, mas sobretudo para as mães, principais responsáveis pela educação dos filhos.
Nos anos 50 do século XX, uma outra figura apareceu no contexto da segurança balnear: o nadador-salvador. Esta função seria oficializada no último quartel do mesmo século, cabendo aos concessionários das praias a contratação destes elementos, indispensáveis à segurança do banhista.

domingo, 22 de março de 2009

Dia 21 de Março - Dia dos Incêndios em Portugal!

Este fim de semana caracterizou-se por inúmeros incêndios em matas.
Passei-o em S. Cipriano, no concelho de Resende, onde pude avistar várias colunas de fumo nas serras circundantes.
A ventania que se fez sentir na noite de sábado mais parecia um furacão.
No Domingo, já tudo ardia... na serra do Montemuro e nas promixidades de Marco de Canavezes.
Fiquei deveras intrigada com tanto foco de incêndio espalhado por todo o país, ao ouvir as notícias.
Afinal o que se passa?
Cheguei a pensar que um '11 de Setembro' se tinha espalhado pelas serras de Portugal...
Nem Bombeiros, nem outros cooperadores tiveram descanso, numa altura em que deviam a andar a ensinar crianças a proteger as florestas.
Que triste maneira de se comemorar o Dia Mundial da Árvore ou da Floresta!!!
Ou será que foi uma grande chamada de atenção que a Mãe Natureza nos aprontou!?


Quinze incêndios estavam às 16:35 a lavrar no Norte do país, dois deles no Parque Natural da Peneda-Gerês, segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).
O incêndio florestal na Mata de Albergaria, Terras do Bouro (Braga), no Parque Natural da Peneda-Gerês, teve início perto das 8h00 e está a ser combatido por 56 bombeiros e 19 veículos.
Os acessos ao local do fogo estão a dificultar o combate às chamas, de acordo com fonte da Protecção Civil, dados os declives «acentuados» do terreno, a mata «quase impenetrável» e o vento que se faz sentir.

No conjunto, há 15 fogos a arder no Norte do país, mas três dos quais encontram-se já circunscritos (os de Regoufe e Gilde, do distrito de Aveiro, e o de Travassos, no distrito de Viseu).

Os fogos não colocaram até agora populações em risco, segundo a Protecção Civil.


sexta-feira, 20 de março de 2009

Quando o mar não está pr'a peixe!...

Ali, a um passinho de Santa Maria da Feira encontrámos a praia do Furadouro, em Ovar.
Surpresa! Já tínhamos furado muitas praias cheias de 'calhaus', mas de 'paus' é que não!?
Um imenso areal coberto de:
pauzinhos,
pauzões,
ramos,
troncões,
árvores
e 'garrafões'...
Quase não tínhamos espaço para estender uma toalha. E ainda por cima, com um mar bravo a dar tanta paulada!!! Não se viam conchas, búzios, beijinhos, ou reacções similares de um mar vomitão.
Agarrámo-nos a um tronco e ficámos por ali, não fosse vir uma onda matreira e levar-nos para longe... até nos despejar a quilómetros de distância.
Onde é que o mar foi buscar tanto pau? Cá pr'a mim, aqui mais para norte, numa daquelas tempestades ruins que houve este ano, o mar enervou-se, galgou uns metros valentes e limpou o pinhal de Ofir.
Ou, então, algum madeireiro desesperado quis deitar o seu produto ao mar esquecendo-se que o mar não guarda segredo de ninguém...

É um problema quando o mar não está pr'a peixe!!!
"As ondas do mar revolto sucedem-se continuamente;
as primeiras trazem peixe,

as outras principaumente."



http://www.lifecooler.pt/edicoes/lifecooler/ch_desenvReg.asp?reg=353255




Praia do Furadouro

Com areal extenso, a praia oferece boas infra-estruturas de apoio. O mar é agitado e frio, sendo utilizado maioritariamente pelos praticantes de surf e bodyboard. A parte norte da praia é dedicada ao nudismo.
Localização- Ovar
Distrito: Aveiro

terça-feira, 17 de março de 2009

Por Terras de Santa Maria: Visionarium, Europarque

Quando a oportunidade chega, mesmo sem ser convidada, há que aproveitar o que a vida nos quer mostrar. Neste caso foi um workshop em que o meu filho participou no Europarque de Santa Maria da Feira, que nos fez viajar e descobrir aromas e encantos para os quais os nossos sentidos estavam despertos.

Visionarium - A Ciência ao vivo

Experimentar a ciência ao vivo: tocar, cheirar, ouvir, interagir com instrumentos que nos dão a explicação para fenómenos que julgávamos serem apenas compreendidos pelos cientistas. Situado em Santa Maria da Feira, a 30 Km do Porto e a 45 de Aveiro, o Visionarium - Centro de Ciência do Europarque é um museu de ciência interactivo destinado a crianças e jovens dos 7 aos 77 anos. Um laboratório sensorial dividido por cinco salas, ou "odisseias", que representam outras tantas áreas de conhecimento - a Terra, a Vida, a Matéria, o Universo e a Informação -, e que nos ajuda a compreender experimentando, com a vantagem de estar situado num parque verde com cerca de 25 hectares, permitindo outras actividades que não apenas a visita.
Ao longe, a cúpula do Visionarium traz-nos imediatamente à memória um observatório astronómico. Já no interior, somos convidados a assistir a um espectáculo multimédia que nos leva a redescobrir as viagens dos navegadores portugueses, e nos mostra o contributo dos descobrimentos para o avanço científico da altura. Aos poucos, somos levados para épocas mais contemporâneas e vamos percebendo que a ciência é uma evolução constante que pode ser usada para o bem e para o mal. Um espectáculo muito interessante em termos visuais - apesar de não estar legendado para surdos - que funciona como um cartão de visita para o que se irá seguir.




Saiba mais em:






Europarque

O Europarque é um moderno centro de congressos localizado em Espargo, Santa Maria da Feira, 25 km a sul do Porto, em Portugal. Pertence à Associação Empresarial de Portugal e é gerido pela Exponor.
Foi construído em 1995 para ser um espaço amplo capaz de receber grandes congressos, jornadas, seminários, conferências, reuniões, feiras e workshops. Esta estrutura permite a realização de vários eventos em simultâneo, sem qualquer interferência entre si.
No Europarque têm lugar, também, grandes concertos, espectáculos musicais, bailado e outras manifestações culturais. Por aqui passaram, e continuam a passar, importantes nomes da música portuguesa.




Agenda Cultural do Europarque, Março



segunda-feira, 16 de março de 2009

TERRA DE SANTA MARIA... Mãe de Portugal

Em Guimarães o Berço da Pátria,
Em Terra de Santa Maria - a Mãe de Portugal!
Uma visita ao Castelo de Santa Maria da Feira relembrando a História...
· A "Terra de Santa Maria" foi uma região medieval organizada administrativa e militarmente, em meados do séc. IX, por Afonso III de Leão, aquando da reconquista cristã da Península.

A chefia desta região foi entregue ao Castelo de Santa Maria.

· Inicialmente, estendia-se entre os Rios Douro e Vouga, tendo a leste as serranias de Paiva, Arouca, Cambra e Sever do Vouga e a oeste, o Oceano Atlântico.

Nos princípios do séc. XII, á área da região foi reduzida do lado Sul por virtude de uma disputa entre os Bispos de Porto e de Coimbra. A parte destacada desintegrou-se ao ser absorvida pelos territórios anexos, ficando a pertencer à diocese de Coimbra.

A parte centro e norte, manteve-se como um núcleo central. E embora ficando a pertencer à diocese do Porto continuou, administrativamente, sujeita ao governo de Coimbra.

De então para cá, aquele núcleo central com aquele nome, manteve-se até meados do séc. XIX, ao contrário do que sucedeu com outras regiões medievais, entretanto desaparecidas.

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· E foi, exactamente, esta pujança económica, esta força militar organizada e esta "identidade cultural" de independência, que acabaram por desempenhar um papel decisivo na formação e consolidação da nacionalidade portuguesa com o levantamento colectivo que teve o seu epilogo na batalha de S. Mamede, em 1128.

Como refere o Prof. José Mattoso, (" O Castelo e a Feira", p. 160)

..." A Terra de Santa Maria pode ser considerada como um região, que, no caso de ter estabelecido uma ligação preferencial a Coimbra, deveria, teoricamente, ter inviabilizado a construção de um novo Reino. Em vez disso, associando-se a Portucale e garantindo o seu prolongamento em direcção à mesma cidade de Coimbra, acabou por constituir o elo de ligação com ela."

Por tudo isto, bem pode dizer-se que a Terra de Santa Maria é a

TERRA MÃE DE PORTUGAL
mais informações em:







Castelo de Santa Maria da Feira
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· Durante largos anos, a “Terra de Santa Maria” foi “terra de fronteira” com os árabes. Só depois da conquista de Coimbra (1067) este território deixou de ser “zona de guerra”. Mas não foi, também, “zona de paz” tal como sucedia com as povoações a norte do Douro. Depois daquela conquista de Coimbra, aquele território, funcionou como o grande “viveiro” de cavaleiros e de peões que alimentava a frente sul. Isto só foi possível, porém, pelo caracter permanente da organização militar instalada na “Terra de Santa Maria”.

· Após a morte do conde D. Henrique, senhor do Condado Portucalense, a viúva, D. Teresa, deixou-se envolver com um fidalgo galego, Fernão Peres de Trava, ao serviço do Arcebispo de Compostela D. Diogo Galmirez, que tinha a intenção de submeter ao controle da Galiza o Condado Portucalense. Como guarda avançada, tinham vindo para o Condado, especialmente para o Porto – onde Fernão de Trava governava já – grandes migrações galegas. Com o tempo, a pequena burguesia portucalense começou a ser substituída por gentes da Galiza. Mais tarde, o ataque económico e administrativo estendeu-se aos grandes senhores de terras e de poder, quer a norte, quer a sul do Douro. Assim sucedeu às famílias Moniz, de Riba Douro (Ermígio, Mendo e Egas), Sousas (da Maia), Nuno Soares (de Grijó) e à família de Pero Gonçalves (de Marnel). Estas famílias, que tinham vastas propriedades quer no Alto Minho, Lamego, quer na Terra de Santa Maria, foram sendo confrontadas com a ameaça de perderem tudo- cargos, prestígio, e bens – por intervenção de uma campanha orquestrada do exterior, primeiramente subtil e, depois frontal.

Dentro destas famílias notáveis, é justo destacar dois nomes: Ermígio Moniz e Pero Gonçalves do Marnel.
O primeiro, ao tempo de revolta dos barões portucalenses, era alcaide do Castelo de Neiva. Antes tinha sido afastado do governo da Terra de Santa Maria e da alcaidaria do Castelo. Figura muito próxima do Infante D. Afonso, era irmão do célebre Egas Moniz, que também tinha sido afastado da Terra de Lamego.
O segundo, Pero Gonçalves de Marnel, tinha sido substituído no governo de Coimbra pelo próprio Fernão Peres de Trava. Ao tempo da revolta (1127/1128) era governador da Terra de Santa Maria e alcaide do Castelo do mesmo nome.
O galego Fernão Peres de Trava ocupava assim o governo dos dois pólos fundamentais do Condado Portucalense – o de Portucale e de Coimbra.

Uma hora houve em que estas famílias resolveram juntar-se e revoltar-se. A este movimento de revolta esteve ligado o Infante D. Afonso que, também, não via com bons olhos a situação da mãe e que começava a temer pelo futuro que lhe estava a ser reservado. Ele, que, ao tomar a iniciativa de se armar cavaleiro, por si próprio, em Zamora, estava a usar de uma prerrogativa reservada somente aos filhos de reis...
Com o poderio da sua força militar organizada, com o apoio da pujança da sua vida económica e com o estímulo do sentimento de independência de que já desfrutavam, os homens de Santa Maria avançaram para Guimarães – então capital do poder político – e onde o Infante D. Afonso se encontrava já a mobilizar as gentes daqueles sítios.
Ermígio Moniz, a norte do Douro e a partir do Castelo de Neiva, para lá se dirigiu também com as suas forças. Para a mesma cidade de Guimarães convergira Fernão Peres de Trava com as tropas de Coimbra, apoiado com o reforço das forças galegas que a ele se juntaram no Castelo de Lanhoso.
Em 13 de Junho de 1128 as tropas galegas foram vencidas. Esta batalha - indiscutível marco da história pátria - não foi, pois, a causa da nossa independência, mas a consequência de um movimento independentista de caracter colectivo e abrangendo uma grande área do Condado quer a norte quer a sul do Douro. A tentativa, por parte da Galiza de extinguir rapidamente o movimento independentista latente acabou por precipitar a mesma independência.
Neste movimento militar intervieram, pois, com indiscutível influência dois personagens fortemente ligados à Terra e ao Castelo de Santa Maria: Pero Gonçalves de Marnel e Ermígio Moniz.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Bom Jesus do Monte - Braga

Nada melhor do que passar uma tarde de sol, quentinho, no alto de um monte...
onde temos um lugar calmo para relaxar,
um santuário para orar,
um frondoso arvoredo para refrescar,
um lago para recrear
e uma esplanada para lanchar.

Assim é no Bom Jesus do Monte, em Braga.

História do Bom Jesus

A primeira referência conhecida ao Santuário do Bom Jesus do Monte em Braga data de 1373. Ao longo dos anos foram sendo construídas sucessivas igrejas, e feitos melhoramentos em toda a estância.
O Santuário do Bom Jesus do Monte ou Santuário do Bom Jesus de Braga é um local religioso e turístico localizado em Tenões, uma freguesia dos arredores de Braga, Portugal. O Bom Jesus possui uma grande igreja, um escadório por onde passa a Via Sacra do Bom Jesus, uma mata (Parque do Bom Jesus) alguns hotéis e um elevador hidráulico centenário.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Santu%C3%A1rio_do_Bom_Jesus_do_Monte

"...O peregrino, ou o turista, que chega ao Bom Jesus do Monte, se quer ficar com uma ideia exacta desta «via-sacra», em pedra, que, no dizer de Germain Bazin, é talvez o mais monumental e poético exemplar de todas as vias-sacras de pedra, deve começar sua visita pelo pórtico, encimado pelas armas de D. Rodrigo de Moura Teles, e em cujos umbrais se podem ver duas cartelas, que indicam o objectivo do Santuário do Bom Jesus do Monte e a data em que começou a grandiosa construção..."
Cónego Dr. José A. Marques
in Portugal Regiões - N.º 1 Julho 1990




BRAGA
Conhecida no tempo dos romanos como Bracara Augusta e sede do episcopado português no século XII, a longa história de Braga é visível nos seus monumentos e igrejas e talvez ainda seja o principal centro religioso do país. A igreja mais imponente é a Sé, que exibe vários estilos, do romano ao barroco. Braga também se orgulha de esplêndidas casas, particularmente do século XVIII, e jardins bem arranjados. Nas últimas décadas, conheceu um grande desenvolvimento urbano, pelo que a cidade mantém a sua atmosfera solene e muitas das suas tradições, mas tem também um comércio e estilo de vida animados e modernos. Vale a pena assistir às procissões da Semana Santa, na Páscoa, ou às festas populares do São João, em Junho, com arraiais e fogo de artifício. Um magnífico santuário religioso fica numa encosta frondosa perto de Braga: o Bom Jesus do Monte, com a sua imensa escadaria de granito ladeada de muros brancos, fontes e estátuas (todas retratando figuras bíblicas e simbólicas) e que conduz a uma igreja no topo com vistas soberbas. No centro de uma região muito populosa, Braga situa-se entre altas serras e grandes vales fertéis, onde se cultivam pomares, hortas, vinha e milho. Os pratos regionais são deliciosos, em especial a doçaria, como o pudim do abade de Priscos, que leva vinho do Porto, especiarias e limão.
Isabel Joyce


terça-feira, 10 de março de 2009

Um passeio de Domingo.... Santo Tirso!

Ainda o Rio Ave atravessando a minha vida...

... passeando por onde os meus passos passearam na infância, em estudo e em brincadeiras de menina.

- Santo Tirso, passando pelas Caldas da Saúde, Palmeira, por Nossa Srª do Parto, visitando depois a velha estação de comboio, o Rio Ave visto da Ponte, o Mosteiro de S. Bento, os jardins que o circundam, o fascinante Parque D. Maria II, as pracetas da cidade e tomando o rumo do Monte de Nossa Senhora da Assunção, para assistir ao pôr-do-sol.

Um belo passeio de Domingo, feliz em todas as recordações que me marcaram!

Diria a criança, se pensasse como os homens...



Tudo é puro nos olhos limpos da alma,


bico de ave

com asas leves.

Assim nasce a criança no

regaço da manhã.

Tudo é sem abrigo, nudez plena,

frutos (auto)suficientes sobre a terra.

As tardes são calmas.

Nas noites acenam as estrelas.

Nem sonhos há!

Tu és o sonho

que te ouves sem saber

no sonho!...

E as águas cantam nos regatos,

luminosas,

contentes...

- Assim devia ser o mundo! -

diria a criança se
pensasse como os homens...


" Caminhos do silêncio " -a publicar

Poema de Eduardo Aleixo, do blogue: À BEIRA DE ÁGUA
http://ealeixo.blogspot.com/
 
 

domingo, 8 de março de 2009

Uma viagem no tempo... Vila das Aves

Relembrando...

Vila das Aves situa-se no extremo nordeste do Concelho de Santo Tirso.
Está localizada numa espécie de cunha peninsular, entre os rios Ave e Vizela.
Era designada, antigamente, por S. Miguel de entre ambas as Aves, por estar entre estes dois rios.
A primeira referência à paróquia de S. Miguel das Aves aparece nas Inquirições de D. Afonso II em 1220 e, depois, nas de D Afonso III em 1258.

"Aves" no feminino, é uma latinização medieval dum vocábulo celta. "Aves", não tem nada a ver com pássaros (avis. f, em latim) mas com "Avo", étimo celta de significação hídrica: água corrente, rio.

O nome de Vila das Aves é recente, data apenas de 1955, altura em que devido ao seu grande desenvolvimento urbano e industrial, foi elevada à categoria de Vila.

http://bibliotecaeb23vilaaves.blogspot.com/2008/10/exposio-vila-das-aves_20.html




(Gracindinha)
Foto retirada da Junta de Freguesia de Lousado:  http://www.freg-lousado.pt/

Fotos tiradas em Abril de 2007, do comboio em andamento entre Vila das Aves e Santo Tirso, recordando um percurso que fazíamos, diariamente, eu e os meus irmãos, para estudarmos em Santo Tirso, no início dos anos sessenta.
Agora é tudo novo, a estação velha já não existe, não mais deita fumo nem cheira a carvão, o velho comboio "arrastão" parou de vez. Até a "Gracindinda", que era a automotora mais pequenina em que alguma vez viajei, também se encontra no eterno repouso do museu. E as vezes que, desafiando o perigo, nos punhamos a caminhar pelos carris até à única estação intermediária: Caniços! Que grandes aventuras as de então! E estou a falar de crianças de 10 a 12 anos de idade.
Ficaram as lembranças e a visita ao Museu Ferroviário de Lousado, aqui no concelho de Vila Nova Famalicão.
Foi um passeio nostálgico, carregado de emoções vividas, avivando cenários há muito perdidos na memória do tempo.
(Passando o rato nas imagens podem ver-se as legendas)



O TEMPO COMO RAIZ

Sempre resta
Todo o tempo dos malmequeres

E aquela fresta
Que no coração se abre

O cheiro a giesta
O sonho que na mão cabe

E a força que gera
Da ternura

O tempo faz-se
Nasce...

Nos pés dos malmequeres!

Um poema de Ausenda
do blog "Utopia das Palavras"
http://poemas76.blogs.sapo.pt/


terça-feira, 3 de março de 2009

Por uma Educação Romântica... Rubem Alves


A maior acusação ao romantismo
não se fez ainda: é a de que ele
representa a verdade interior
da natureza humana.
Bernardo Soares, O Livro do Desassossego

(Pequenos excertos do livro: Por uma Educação Romântica)

O brinquedo e a arte são as únicas actividades permitidas no Paraíso.
O poeta, o artista, a criança: esses são os seres paradisíacos.
No Paraíso não existe trabalho. Existe apenas brinquedo e arte.

As crianças já nascem sabendo. Quando elas, através da educação, são transformadas em seres úteis, o Paraíso lhes é roubado: são obrigadas a esquecer do brinquedo e a viver no mundo do trabalho.

Recuperar a sapientia é lembrar-se da filosofia sem palavras que morava no corpo da criança.

Nietzsche escrevia a fim de preparar o caminho para a volta da criança. O seu homem-transbordante é uma criança. Num homem real ele dizia , se esconde uma criança… que deseja brincar… A maturidade de um homem é encontrar de novo a seriedade que se tinha quando criança, brincando. (Além do bem e do mal).




"Gosto de me assentar aqui onde as crianças brincam, ao lado da parede em ruínas, entre os espinhos e as papoulas vermelhas. Para as crianças eu sou ainda um sábio, e também para os espinhos e as papoulas vermelhas." (Nietzche)


Nos seis primeiros dias da Criação Deus criou a Feira das Utilidades. Usou o trabalho como actividade penúltima. No sábado, Deus criou a Feira das Fruições, o brinquedo, como actividade última. Quando a obra da criação terminou, o Deus trabalhador se transformou no Deus brincante, criança.
A ideia de separar as coisas em duas classes, as que podem ser usadas e as que devem ser fruidas, é de Santo Agostinho. Chamar cada uma dessas ordens de feira é ideia minha. Essa separação ajudou-me a pôr ordem nos meus objectos.

Na Feira das Utilidades se ensinam saberes. Saber é poder.
Na Feira das Fruições se educam os sabores. A educação dos sabores não tem por objectivo conhecer e dominar o mundo.

É isso que eu entendo por uma educação romântica: aquela que faz da Feira das Utilidades uma ferramenta da Feira da Fruição, que subordina

Os saberes aos sabores,
Os poderes aos prazeres e
Os adultos às crianças…

Por uma Educação Romântica – texto inédito de Rubem Alves
- Brevíssimos Exercícios de Imortalidade