Fotografia do "Rio Cávado, no Gerês"

domingo, 10 de maio de 2009

Às rosas deste Povo

Desafio todos os «Poetas», das Águas, das Utopias, das Chamas, dos trepanços-beijoqueiros, dos brancos-Anonimatos, dos Portais Mágicos,... a lançarem sementes das suas palavras nos campos da alegria, fecundando as vozes que desejam ser ouvidas nas colheitas de uma vida... e, não faltem Lianores correndo para fontes de verdes campos, ou amigos que tragam uma rosa ao peito neste comboio descendente...
A bucha é dura, mais dura é a razão que a sustém.
Só nesta rusga não há lugar... pr'ós filhos da mãe.
Venham mais cinco!... (relembrando o compadre Zeca Afonso)
Que é já tempo d' embalar a trouxa e zarpar...
Irei postando os vossos poemas.
Obrigada!



Fotos dos campos tiradas há dias aqui em Seide, Famalicão.
Fotos das danças: Grupo Etnográfico "Rusga de Joane" e do Grupo Musical "Pedra D'Água", na actuação no Teatro Circo.



1ª participante: Nela

Olho o céu sem fim
à espera de ver a estrela que tu vês

Vou ao encontro dos viajantes que chegam de todo o lado
à espera que alguém se tenha inebriado com o teu perfume

Enfrento os ventos
à espera de ouvir uma canção que fale de ti

Olho as mulheres que encontro sem outra intenção
que descobrir um toque da tua beleza nos seus rostos!

“Guardado no Coração” Álvaro Magalhães

2º participante: Eduardo Aleixo

Moreninha alentejana
Quem te fez morena assim
Foi o sol da Primavera
Qua caía sobre mim
-
Que caía sobre mim
Que andava a ceifar o trigo
Moreninha alentejana
Porque não casas comigo
-
Porque não casas comigo
Porque não casas com ela
Quem te fez morena assim
Foi o sol da Primavera.

Cancioneiro Alentejano


14 comentários:

tem a palavra o povo disse...

Olá Lucy.
Recebi um convite no meu blog http://neoabjeccionismo.blogs.sapo.pt para mandar poesias para este endereço. Achei estranho,mas se falava de Zeca Afonso, uma referência maior na minha formação cívica!... e vim ver se era a mesma Lucy que eu conheci um dia. E não é que era!!!...
Lá está a mana Nela nas festas da cidade. E o que vi deixou-me maravilhado, um blog bem estruturado, belo, de élites, a decoração, a música, as fotografias, a poesia que nos envolve em cores, sabores e aromas.
E fez-se luz na minha alma que ainda não se recompusera do teu abandono intempestivo e sem uma palavra, seguida da mana Nela, defacto, comparando o Portugalmaresias, com o teu PORTUGAL.....NATURALMENTE BELO! a diferença é abissal, o Portugalmaresias é tosco, talvez até melancólico, ante a beleza do que aqui vi.Quem te vos convidou para lá não se apercebeu que não era lugar para a tua criatividade.
Mas as palavras que vos escrevi em comentários, eram minhas, são os meus tesouros, as minhas memórias e fico triste quando alguém as lê e as apaga. Desculpa servir-me deste espaço, mas não tinha outro para te expressar a minha gratidão por tudo o que nos ensinaste, lá, onde teimosamente continuamos...
joão raimundo - também do Portugalmaresias

Mírtilo MR disse...

Boa sugestão-desafio a quem geralmente não deu ou não dá um passo fora do anonimato em que esconde e acaricia, mentalmente, manualmente também, sua poesia, qual tesouro que receia não ter valor ante os mundanos, os poderosos, os nobres, os ricos, os vultuosos da poética e sensível-sensibilizante arte.
No meu blog(ue), «Mértola, eu e a vida» (sem comas, claro, e ainda quase no início), (Mértola, terra de Eduardo Aleixo, do blogue «À beira de água», de quem sou amigo e cujo blogue comento), no meu blogue, dizia, encontrará sempre muita poesia, em princípio toda de minha autoria, um pouco de tudo, que muita tenho, e se alguma não minha eu publicar será isso indicado.
Saudações amistosas.

Mírtilo

Nela disse...

Para Cila,Eduardo Aleixo, João Raimundo e demais participantes, aqui vai :

Olho o céu sem fim
à espera de ver a estrela que tu vês

Vou ao encontro dos viajantes que chegam de todo o lado
à espera que alguém se tenha inebriado com o teu perfume

Enfrento os ventos
à espera de ouvir uma canção que fale de ti

Olho as mulheres que encontro sem outra intenção
que descobrir um toque da tua beleza nos seus rostos!

Beijinhos a todos da mana Nela

Lucília Benvinda disse...

João Raimundo,

Não pretende este meu blogue fazer concorrência ao seu "Portugalmaresias".
Reservo-me o direito do 'silêncio' sobre saídas de comunidades/blogues ou afins.
Nada tenho a acrescentar sobre o assunto.

Agradeço a visita.
Lucília Ramos

Lucília Benvinda disse...

Mírtilo de Mértola,

Já o conhecia como comentador do blog do nosso 'Poeta das Águas' - quem o baptizou foi a nossa amiga das 'Utopias'.

Pois, ainda não visitei o seu blog (já lá vou...!) mas, uma vez que tem poesia, faça um favor, traga uma para aqui.

Concordo consigo, não temos que 'esconder' o que de nós brota, por isso, deixe a Lianor partir a cantarinha... e que todos os seus versos sejam benvindos.

Um abraço,
Lucy

Lucília Benvinda disse...

Nela,

Agradeço a tua participação. Grande mulher, a 1ª...!

Obrigada, beijos

(Já estou com dores de cabeça, a Joana obriga-me a pôr a música da 'história da minhota' vezes sem conta. É uma grande bailadeira, a mocinha!!!)

Unknown disse...

O Zé tá confuso. Antão nã há lugar prós filhos da mãe? Que é ele senão um filho de sua mãe? Só porque é órfão? Porque esteve na Casa Pia? Porque foi preso na Ralação do Porto? Porque foi apanhado em ligação fora do normal com Maria da Fonte? Porque só tem a quarta-classe? Porque ...Não entente o Zé e acha que as normas do concurso nã lhe são favoráveis. Nã sabe se vai concorrer. Tá pensando. Pensando. Calmamente. Debaixo do chaparro. Tá muito indeciso...

Maria da Fonte disse...

Ó Zé, atão vossemecê num bê que a comadre num pôs regras nenhumas? Nem rimar é preciso! Os 'filhos da mãe' são do Zeca Afonso, aqueles que binham pela noite calada com pés de beludo... bossemecê sabe bem quem eram.

E oitra coisinha, home, toda a gente é libre de ir e bire aqui sem que lhe peçam sastisfasçon.

E olhe, que num alebantem falsos testemunhos, que a minha comadre num apaga 'pérolas' de ninguém, nem tão pouco as deita aos porcos.

Mas bosmecê é que sabe, fique por aí, debaixo do chaparro... que ainda lhe crescem cogumelos na cabeça.

Inté.

Maria F.

Unknown disse...

Diário da Maria da Fonte
( 10 horas da noite )

Estou triste pela fala da fidalga e pelos sentimentos do meu Zé. Meu Zé tá debaixo do chaparro e cisma, cisma...Nã me meto em discussões. Levanto a saia e nã sô menos que muitas fidalgotas ( nã me refiro às meninas ). Pois tenho espírito crítico, como se diz, e tou liberta. Nã é só o Minho e o verde e os biras, olaré. Me lembro agora que nas épocas difíceis - nã é só oubir o Zeca - eu fui com o Zé ceifari para terras do sul e aquela gente é de respeito. E aprendi uma moda, como eles lé chamam às canções, que era assim:

Moreninha alentejana
Quem te fez morena assim
Foi o sol da Primavera
Qua caía sobre mim
-
Que caía sobre mim
Que andava a ceifar o trigo
Moreninha alentejana
Porque não casas comigo
-
Porque não cassa comigo
Porque não casas com ela
Quem te fez morena assim
Foi o sol da Primavera.


É esta moda que eu mando e que é do Cancioneiro Alentejano. Nã é minha . Mas das minhas lembranças. E o Dr de Lisboa, o poeta das Áugas já leu e disse emocionado.

- Manda prá fidalga, Maria, nã é só a Nelinha dos Trepanços a fazer figura.
-------------------------
Maria da Fonte com a Asa Quebrada numa noite de Luar em cima do telhado por amor do Zé depois de sair da Relação do Porto e que agora está debaixo do chaparro, com o devido respeito...

Unknown disse...

Não casas comigo, 1º verso da últimA quadra - corrigir

Lucília Benvinda disse...

Obrigada pela tua participação, Eduardo - Zé.

Gostei da 'moreninha' do vosso cancioneiro!

Beijinho e boa noite,

(Não ligues às falas da Maria da Fonte - ela às vezes anda com os azeites)

Nela disse...

Se o Eduardo falir, eu também falo!

utopia das palavras disse...

Olá Lucy

Já vi que por aqui muito se fala e bem, eu é que ando um pouco sem tempo, tantas frentes de trabalho ao mesmo tempo que me vejo aflita!

Apreciei o convite aos "poetas" blogueiros e alguns já satisfizeram o desafio, mas eu...ai...sou muito lenta a escrever, preciso de recato, ouvindo as águas, sentindo a luz ou os chilreios das aves, fumando um cigarro (que agora me proibiram, o que me desconcentra plenamente) e a verdade é que não me têm proporcionado a posssibilidade de o fazer.
Logo, logo, mando-te umas palavrinhas!

Com o Zeca, estamos sempre bem, aqui ou em qualquer lado do mundo!

Um beijo, amiga

Lucília Benvinda disse...

Olá Ausenda,

fica à vontade, não te sintas pressionada, ser artista não é fazer nada de 'encomenda'.

Um abraço para ti,