Fotografia do "Rio Cávado, no Gerês"

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Recuperando o cheiro da alfazema...!

Uma visita à aldeia da Landeira - em Santa Cruz da Trapa, no Concelho de S. Pedro do Sul.
Uma aldeia rural incrustada na serra da Gralheira, onde comunidades de jovens resolvem criar as suas próprias raízes recorrendo a vestígios de vida bem à moda tradicional portuguesa, criando eles, também, os seus próprios meios de subsistência.
Foi assim que fomos encontrar uns amigos de longa data, um casal jovem com o seu bebé, afastados da restante família, refugiados da tempestade ruidosa das grandes cidades.
Estava um dia bastante chuvoso, mas nem isso foi obstáculo para apreciar a calmaria da vida no campo, onde o conforto do lar se faz à volta de uma lareira acesa, onde a chama do amor ilumina quem vai de passagem, porque tudo tem o seu tempo: o tempo de plantar e o tempo de colher...!


- Poema de Rita Aleixo

No campo, o cheiro da alfazema
é uma ternura que se espalha pelo ar.
E junto ao esplendor da Natureza
toda a harmonia se encontra no lugar.
-
Nada há de mais belo
que ver um semeador a plantar
o que com o decorrer do tempo
da terra há-de brotar...
-
De madrugada a lida recomeça
num trabalho duro de muito esforço.
Mas que melhor haverá de recompensa
que a de poder acompanhar este ciclo gracioso?
-
A gente citadina desconexa
não o pode saber apreciar...
Pois seus muros de cimento são altos
e difíceis de ultrapassar.
-
Para dar largas à visão
a cidade é fechada de aparências.
Uma enganadora ilusão
que prende as gentes nas suas teias.
-
No campo o horizonte é o limite
e a essência da vida na perfeição.
Quem nunca se libertou para a vislumbrar,
então é pobre e pequeno na imensidão.
-
Vale a pena subir os altos muros
da prisão que a cidade encerra!
Pois ainda se sente, vinda lá do fundo,
a ternura do cheiro a alfazema...

Rita Aleixo
( 2002 )
http://ealeixo.blogspot.com/


15 comentários:

Agulheta disse...

Querida amiga. Aqui se pode apreciar a verdadeira vida simples,sem setress daquele que mata no lufa lufa,das cidades,onde a correria é toda em cima da hora,eu gosto muito da natureza,e tudo que faça parte da vida,aquela onde nós vivemos todos que á terra.
Beijinho bfs Lisa

Unknown disse...

A Lágrima , de Dulce Pontes, num dia de chua ( são as gotas que se vêem caindo sobre a objectiva que fazem os efeitos que vejo nas fotos? ), tom de melancolia, de suavidade, da calma, bela a paisagem, as casas, os telheiros, os animais, aquela cadeira, mesmo de plástico, abandonada sob a chuva ( bonito e forte, esteticamente ), o poema da minha filha que fala sobre a Natureza, fazendo parte desta lindeza de blogue, como me sinto honrado e emocionado! Dia especial, este, ou não fossem todos especiais, porque obra do Criador Maior, mas especial, sim, quem mo disse, escreveu, foi a Agulheta que, no seu blogue, diz que hoje, pela meia-noite, se devem pôr as maias e as giestas ( mas não são a mesma coisa ? ), à porta das casas e eu estou a imaginar as morgadas, a Lucy e a Trepadeira Geninha, a benzerem as portas por causa dos maus olhados, mas dizia eu que fiquei encantado com mais este post, abrilhantado por uma fotógrafa que nuca mais deixou o chapelinho de campónia bacoca desde que foi elogiada pelos Media. Só falta aquji a voz da algarvia moura de má raça, poetisa ilustre dos beijos dos búzios e das algas, para que este concerto mereça ter lugar no Palácio de Cristal...Claro que falta mais gente amiga, o Zá Fernandes, etc...Mas esão prezsentes em espírito. Despeço-me, como cheguei: com grande, gtrande, alarido.
Eduardo

Anónimo disse...

Pensar na mãe faz-me vir as lágrimas. E é a Mãe que se respira aqui, a mãe Terra, daí a frescura...
"Nada há de mais belo
que ver um semeador a plantar
o que com o decorrer do tempo
da terra há-de brotar..." - Lindo e tão verdade!...

A seguir às lágrimas vem a festa, o bailarico, oui? :)
Beijinho de boa noite
(até aposto que foste ao cinema...)

Branca

Lucília Benvinda disse...

Lisa,

Podes crer que nesta aldeia não chega o stress. É uma calmaria sem par...! Vive-se a vida sem pressas, mas num afinco certinho de quem precisa de trabalhar para comer, semeando e colhendo.

Tenho saudades de uma vida assim.

Beijinhos

Lucília Benvinda disse...

Eduardo,

Ainda bem que a Rita fica contente por ver aqui os seus versos a abrilhantar o campo, emprestando-lhe o sol que não chegou naqueles dias em que andávamos por Viseu. Daí o chapéu, amigo"! Então, nós saímos por vários dias e isto passou-se logo após a Páscoa, quando chovia como Deus a dava, lá por aquelas terras. Por isso, não teve a ver com os elogios dos 'media', mas sim por uma sequência de imagens fotografadas na altura. E, ainda, não acabei a série de fotos daquele passeio, pois visitámos mais lugares no regresso. Ainda aqui hás-de ver o tumúlo de Egas Moniz. Aguarda, Eduardinho e vais ver a camponesa a mostrar-te a serra coberta de giestas amarelas, as Maias que esta noite deveríamos colocar nas portas, como sempre fazia a minha mãe - e parece que resultava sempre ao contrário - daí eu não me preocupar mais com o assunto de 'maus olhados'.

E tu, vais benzer-te no mar, neste fim de semana prolongado?

Não te esqueças de dar umas migalhinhas os passarinhos, logo de manhãzinha.

Beijinho de boa noite.

Lucília Benvinda disse...

Pois é, Branquinha, a aposta devia ter sido ontem, embora ainda te lembres que as quintas-feiras são de cine-clube, e muito bem. Mas acontece que foi alterado o programa e hoje fui a uma tertúlia camiliana. Foi criada uma comunidade 'real' para ler ou reler as obras de Camilo Castelo Branco e falarmos delas. E isto, na própria casa de Camilo, o que dá um grande ênfase às reuniões. Esperemos que o fantasmas de Camilo, de Pinheiro Alves e de Ana Plácido não andem por lá, a ser assim, ainda testemunhamos de algum duelo sobre aquele triângulo amoroso. Mas é interessantíssimo revivermos no mesmo local as histórias de Camilo.

Não te esqueças de dar muitos beijinhos à tua mamãe... porque mãe há só uma!

Beijoquinha e até amanhã.

Unknown disse...

Lucy

Claro que não levaste a mal aquilo do chapelinho e dos Media, gosto de brincar. Quanto ao fim de semana, não vai haver mar, pois vou ver minha mãe ao Alentejo. Os passarinhos não precisam de mim para lhes dar de comer. Eu é que preciso deles para me alimentarem a alma. A Rita está feliz, sim, e obrigado. Já tenho o email da Nelinha. Foi simpática em ter-mo dado.Falou da cadeira. Que era muito alto subir à cadeira. O Zé do Telhado que espreitou e leu o email disse a rir malandreco:
- Muito alta a cadeira! É mesmo parvalhoca... Mais alto subi eu. Ao telhado. Daí vem o meu nome. E nunca mais amei tão alto e tão intenso. Até a Maria partiu a asa da cantarinha e eu fui preso por abusos...Era assim nesses tempos! Mas foi isso que nos uniu! Ela vai trepar, vai!

Lucília Benvinda disse...

Ai, nem imaginas, hoje falou-se muito do Zé do Telhado, lá na tertúlia do Camilo... e eu a sorrir a lembrar-me de ti, daquelas Memórias do Cárcere, na cadeia da 'ralação'.

Claro que não fico zangada com chapelinhos, chapéus há muitos!!!

Então, a Nelinha já te mandou uma cadeira? Mas ela já se formou em subidas sem vertigens?

Vou deitar-me, estou com uma guinada na cabeça, espero não ter trazido o Camilo atrás de mim... livra!!!

Beijinhos,
Cilinha

Anónimo disse...

Com que então, ainda o Camilo?

Agradeço a música com a dedicatória, minha Lucynha querida, e tudo. Ri-me muito por causa do canito Lóló, com a minha mania de não escrever tudo ou de falar pela metade,ou sei lá, induzi-te em erro. É que foi por causa do 33, mulher! o canito Lóló lava a casa e limpa o pó e o nº da porta é o 33! Atão não lembras? é uma cantilena dos tempos de criança... Deu-me p'ra isso...

Minha Lucynha ternurinha, um beijinho da Branquinha :)
E outro beijinho repenicado para a Senhora Maria da Fonte.
E outro para todos.

Branca

Anónimo disse...

Amiga.. Que preciosidade de BLOG...
Sou Ida Montez, brasileira, com dupla nacionalidade. Sou também portuguesa, com muito orgulho.Adoro a natureza e faço parte da ONG BRASIL ECO PLANETARIO.
que convido vocês, irmãos portugueses a visitar
http://brasilecoplanetario.blogspot.com

Isa Grou disse...

Olá Lucy,

Não tenho deixado comentários, mais saiba que sempre venho te visita, viu!
Lindo, lindo este post e as fotos...parabéns, nossa... as suas fotos são maravilhosas.
Sabe... me deu até saudades, pois nasci e passei a minha infância toda morando no sítio, longe da cidade...

Bjs.

Lucília Benvinda disse...

Ó Sinhora do canito Loló,

Atão, não me alembro da cançon?
Tenho uma comadre que comprou uma carpete que trazia um 'canito' enrolado nela. É um profeitinho Loló! Bai daí ela casou cum ele!

Se bosmecê bir um desses, aí por essas terras de marroquinos, mande bater-me à porta 33, se faz fabore.

Agradeço o seu carinho e mando oitro abraço, daqueles que estalam ossos.

Maria da Fonte

Lucília Benvinda disse...

Ida Montez,

Já visitei o vosso blog. É de louvar atitudes tão humaitárias como as vossas. Já plantei uma árvore... mas no meu jardim.

Voltarei ao vosso site.
Um beijo e volta sempre.
Lucy

Lucília Benvinda disse...

Isa,

Foi bom rever-te. Já fui ao teu blog e vi o post relembrando como o Dia do Trabalhador não deve ser esquecido. Mais do que nunca devemos colocar de pé os Direitos de quem quer trabalhar e edificar o seu País. Infelizmente, o desemprego está a tomar conta do mundo, trazendo o caos e angústia a todos nós.

Aguardemos por um mundo melhor.
Beijinhos e até breve.
Lucy

Anónimo disse...

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