Solares de Portugal » Barcelos
Cidade pequena e agradável, Barcelos é, segundo muitos autores, uma povoação antiquíssima habitada desde o paleolítico e sede de concelho no tempo dos romanos. Outros, porém, defendem que o burgo só teve início com a fundação da nacionalidade. Controversa é, de igual modo, a origem do seu nome. Há quem defenda que vem da "barca-Celani", eventualmente a denominação mais antiga do rio Cávado, e há quem diga que vem de "barcela", designação popular no norte de Portugal e na Galiza , que significa "terra ribeirinha e plana".
Indiferente às questões teóricas, Barcelos cresceu, tornando-se no que é hoje o maior município de Portugal. Com 89 freguesias impõem-se pela sua agricultura, indústria, cultura e património. Já no século XV, a então vila gozava de grande prestígio: o apoio que dava aos viandantes, a experiência da Colegiada instituída pelo arcebispo de Braga, a comunidade judaica, o urbanismo civil e religioso foram importantes contributos para a boa fama. A estes há somente a acrescentar a feira de Barcelos, já então a maior do Minho.
Hoje como ontem, todas as quintas feiras, a cidade acorda mais cedo; o Campo da Feira enche-se de cor e som e, no mercado popular, encontra-se de tudo um pouco, desde os produtos da terra até ao artesanato típico da região.
Atravessando a antiga ponte sobre o Rio Cávado, entramos numa das localidades mais emblemáticas da arte popular minhota, Barcelos. Barcelos é uma cidade antiga, situada num local com vestígios arqueológicos desde a Pré-História, mas foi no séc. XII que sua história começou, primeiro quando D. Afonso Henriques lhe concedeu foral e a tornou vila e depois quando D. Dinis, em 1298, quis compensar o seu mordomo-mor João Afonso e o tornou conde, doando-lhe a povoação em título. Em 1385, o Condestável Nuno Álvares Pereira tornou-se o 7º Conde de Barcelos. Entregaria Barcelos como dote no casamento da filha D. Beatriz com D. Afonso, bastardo do rei D. João I. Começou então uma época de grande desenvolvimento e dinâmica para Barcelos, revelado com a construção da ponte, a muralha, de que resta a Torre da Porta Nova, do Paço dos Duques e da Igreja Matriz. São estes monumentos que constituem hoje o centro histórico da cidade que mantém um agradável ambiente medieval pontuado por solares e casas históricas como o Solar dos Pinheiros ou a Casa do Condestável. Um passeio a Barcelos não pode dispensar o antigo Largo da Feira, hoje Campo da República, onde se encontram as setecentistas Igrejas do Bom Jesus da Cruz, e da Nossa Senhora do Terço e onde se realiza a maior feira de artesanato do país, todas as quintas-feiras. Se perder a feira semanal, visite o Museu da Olaria e o Centro de Artesanato de Barcelos, onde tem uma boa perspectiva sobre a expressão artística minhota. De todas as peças aqui produzidas, o colorido Galo de Barcelos é o mais representativo, não esquecendo as bandas de música e as figuras retratando hábitos e costumes da região.
À beira do rio Cávado, Barcelos é uma cidade alegre e risonha como as gentes do Minho. Se gosta de festas e romarias, a Festa das Cruzes é um mergulho na luz e cor da tradição. E se e gosta de feiras, todas as quintas-feiras há uma que tem de tudo: hortaliças, ourivesaria, roupa de casa, ferrarias, loiças e...bons petiscos. E todos ficam encantados com as figuras coloridas e cheias de imaginação do seu artesanato.
Fotos de Janeiro de 2010
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