O QUINTO IMPÉRIO
Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!
Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raiz –
Ter por vida a sepultura.
Eras sobre eras se somem
No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!
E assim, passados os quatro
Tempos do ser que sonhou,
A terra será teatro
Do dia claro, que no atro
Da erma noite começou.
Grécia, Roma, Cristandade,
Europa – os quatro se vão
Para onde vai toda idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu D. Sebastião?
Fernando Pessoa
A história dos castelos em Portugal inicia-se como é de prever numa época incerta, muito para além do nascer da nossa nacionalidade como país independente.
Os castelos existem em Portugal desde os Romanos e Árabes e mesmo de antes destes povos, retractando-se nos Castros, que tinham na sua génesis os mesmos motivos dos castelos.
Já há mais de 2000 anos com a vinda dos povos Celtas para a Península Ibérica que aqui e ali, nos pontos mais preponderantes do ponto de vista da estratégia militar que foram sendo construídas fortificações
destinadas há defesa das populações e das próprias tribos dominantes da altura.
No entanto foi na Idade Média que o movimento de construção de castelos em Portugal adquiriu uma verdadeira importância estratégica para a defesa de uma terra nascente que lutava contra vários inimigos que a açulavam vindos dos vários pontos cardeais.
Nesta Europa da Idade média em que o indicie civilízacional era nascente havia imensas lutas pela posse de terras tanto entre reis como mesmo entre os grandes senhores da terra, os senhores feudais que do seu
altaneiro castelo medievo dominavam tudo um mundo em redor de muitos quilómetros. Assim era necessário defender estas terras que muitos ambicionavam, e esta terra era, a futura terra portuguesa era atacada tantos pelos árabes a sul, como pelos reis da futura Espanha a Este e mesmo ao Norte pois estes não pretendiam dar autonomia ao Condado Portucalense. Do mar as ameaças eram os corsários, Germânicos, Gregos, Vinkings, Berberes, Normandos, todo um manancial de povos que pretendia não só as riquezas existentes mas também fazer de escravos os povos da terra.
A origem dos castelos portugueses perde-se portanto na noite dos tempos e representam todo um símbolo, todo um povo. No fundo toda uma nação que orgulhosa do seu passado se prepara para o futuro como parte activa dele.
Com o nascer da nacionalidade já todo o norte de Portugal era "povoado" por numerosos castelos; uns como centro de defesa das principais povoações, outros construídos em quase inacessíveis cabeços, em pontos estratégicos do ponto de vista da defesa geral da nação nascente.
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